10 de março de 2009

Luluzinha, eu? Taí! Gostei!

Por Andréa Maia*

Eu costumo dizer que se houvesse creme de pentear na época da minha adolescência, teria me poupado muitas lágrimas. Ah, como eu sofria por não ter o cabelo lisinho como o da maioria das garotas da escola. Me lembro exatamente do dia que comecei a me relacionar melhor com os meus cachinhos. Eu tinha uns 15 anos e estava na praia com uma amiga, passando as férias na casa dos tios dela, em Bertioga (SP). Na praia, nem preciso dizer o que acontece com o meu cabelo! Todo mundo que tem cabelo cacheado sabe. “Vuff” total! Eu estava lá me lamentando quando o tio da minha amiga chamou:

_ Luluzinha, vamos pro passeio de barco!

Eu, que era uma leitora compulsiva dos gibis da Tuma da Luluzinha, adorei o apelido momentâneo e me identifiquei com os cachinhos da personagem. Pensei: “Pô, até que era legal ter cabelo encaracolado”. De lá pra cá, salvo em TPMs e dias de chuva, passei a curtir bem mais o meu cabelo e fazer dele uma marca registrada da minha personalidade. Hoje é bem mais fácil manter o estilo. Temos shampoo especial, cremes de pentear, hidratação, cabeleireiros especialistas em cortes pra esse tipo de cabelo e por aí vai.

Em algumas ocasiões até faço uma escova, mas nunca pra ficar completamente liso. Sempre preservo as pontas cacheadas. Me nego com veemência às investidas de qualquer pessoa que sugira uma escova progressiva, japonesa ou definitiva. Além de ser alérgica a produtos químicos muito fortes, um dos meus hobbys é avaliar na rua e no metrô que liso é de verdade e qual não é. Podem acreditar: é muito óbvio o cabelo que passou por algum desses tratamentos. Prefiro ser original, dentro do possível, porque tingir foi inevitável após surgirem os primeiros brancos (cedo demais, aos 27).

Os meu cachinhos fazem parte do meu eu, da minha história. Até hoje quando estou com muito sono, deitada no sofá, vendo tv, começo a enrolar os cachinhos com os dedos. Nem percebo que faço isso, mas é o sinal de “estou com soninho” que tenho desde o berço, quando já tinha os cachinhos, segundo depoimento da minha mãe.

Meu marido tem aqueles cabelos lisinhos, que você consegue fazer um cafuné da raiz até a ponta sem enroscar o dedo. Gosto do cabelo dele, mas os meus cachos fazem de nós um casal em equilíbrio. Gosto de pensar nessa metáfora. O que eu acho mais legal de ter cachinhos hoje é que posso ser mutante. Posso prender num dia, escovar no outro ou simplesmente curtir o estilo “juba”. Aliás, os cremes de pentear lá em casa são chamados carinhosamente pelo meu marido de “jubeitor”. Como pra tudo nessa vida, é preciso manter o bom humor, sempre. E o meu é tão volumoso quanto os meu cachos!

*Andréa Maia, jornalista, é nossa cacheada convidada.

Um comentário:

  1. Nada como um "jubeitor" para admnistrar os cachos e deixar a juba cada vez mais linda! A propósito, eu acredito piamente que volume não é motivo para desespero, como algumas mulheres pensam. Quem quer ter cabelos cacheados, tem que saber lidar com isso. Dias mais volumosos, dias menos volumosos, e mesmo com menos volume, às vezes o cabelo nem está tão bonitoo..
    Tem que cuidar do cabelo, para ter um volume de qualidade.Por exemplo, meu cabelo tem volume sim, mas um volume bonito, diferente de quando o cabelo está com volume por causa de fios ressecados ou arrebentados.

    Afinal,o que seria do leão sem a sua juba, imponente, poderosa e volumosa ??

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